Leituras

Leituras


ALVES, Rubem. Palavras para desatar nós. Campinas: Papirus, 2011.

Um grande presente. Palavras que inspiram e nos fazem refletir sobre fatos cotidianos ou mesmo aqueles que chegam a doer e machucar nossas feridas ainda não cicatrizadas. Quando você menos espera, após ler um parágrafo surge um sorriso ou uma lágrima. Palavras que surpreendem.


Leitura para o meu projeto de tcc. É um ótimo manual para entender e navegar pelo mundo web sob a visão dos geniais autores. Traz a arquitetura da informação como protagonista dessa nora Era da Informação, uma forma de incrementar e atender as demandas dos usuários, proporcionando benefícios tanto para a instituição, quanto para quem busca.



MOTTA, Nelson. Noites tropicais: solos, improvisos e memórias musicais. Rio de Janeiro: Objetiva, 2000, 462 p.

Nas horas vagas, antes de dormir ou no final de semana viajo numa leitura deliciosa pelo mundo dos músicos, de 50 aos anos 90. Momentos vividos na praia, em shows, eventos e compartilhados por Nelson e vários parceiros musicais da Bossa Nova ao Rock, passando por histórias com  Elis Regina, Tim Maia, Chico Buarque, Tom Jobim, Caetano Veloso, Gilberto Gil, RPM...






ROSA, João Guimarães. Grande Sertão Veredas. São Paulo: Nova Fronteira, 2006, 608 p.

Aquele lugar, o ar. Primeiro, fiquei sabendo que gostava de
Diadorim – de amor mesmo amor, mal encoberto em amizade.
Me a mim, foi de repente, que aquilo se esclareceu: falei comigo.
Não tive assombro, não achei ruim, não me reprovei – na hora.
Melhor alembro.
…………
O nome de Diadorim, que eu tinha falado, permaneceu em
mim. Me abracei com ele. Mel se sente é todo lambente –
“Diadorim, meu amor...” Como era que eu podia dizer aquilo?
………
E como é que o amor desponta.
…..
Coração cresce de todo lado. Coração vige feito
riacho colominhando por entre serras e varjas, matas e campinas.
Coração mistura amores. Tudo cabe.
………
E eu – como é que posso explicar ao senhor o poder de amor que eu
criei? Minha vida o diga. Se amor ?
... Diadorim tomou conta de mim.
………….
E de repente eu estava gostando dele, num descomum, gostando ainda mais do que antes, com meu coração nos pés, por pisável; e dele o tempo todo eu tinha gostado. Amor que amei – daí então acreditei.
……
Um Diadorim só para mim. Tudo tem seus
mistérios. Eu não sabia. Mas, com minha mente, eu abraçava
com meu corpo aquele Diadorim-que não era de verdade. Não
era?
………………
Diadorim deixou de ser nome, virou sentimento meu
……..
Aquilo me transformava, me fazia crescer dum modo, que doía e prazia. Aquela hora, eu pudesse morrer, não me importava.
……….

Diz-que-direi ao senhor o que nem tanto é sabido: sempre que se começa a ter amor a alguém, no ramerrão, o amor pega e cresce é porque, de certo jeito, a gente quer que isso seja, e vai, na idéia, querendo e ajudando; mas, quando é destino dado, maior que o miúdo, a gente ama inteiriço fatal, carecendo de querer, e é um só facear com as
surpresas. Amor desse, cresce primeiro; brota é depois.
……..
Tudo turbulindo. Esperei o que vinha dele. De um aceso,
de mim eu sabia: o que compunha minha opinião era que eu, às
loucas, gostasse de Diadorim,
……
no fim de tanta exaltação, meu amor inchou, de
empapar todas as folhagens, e eu ambicionando de pegar em
Diadorim, carregar Diadorim nos meus braços, beijar, as muitas
demais vezes, sempre.
……
Abracei
Diadorim, como as asas de todos os pássaros
…….
Só se pode viver
perto de outro, e conhecer outra pessoa, sem perigo de ódio, se a
gente tem amor. Qualquer amor já é um pouquinho de saúde, um
descanso na loucura.
…….
amor é a gente querendo achar o que é da gente. 









LISPECTOR, Clarice. 
E depois de uma tarde de quem sou eu
E de acordar a uma hora da madrugada em desespero...
Eis que as três horas da madrugada eu me acordei
E me encontrei
Simplesmente isso:
Eu me encontrei calma, alegre
Plenitude sem fulminação
Simplesmente isso
Eu sou eu
E você é você
É lindo, é vasto
Vai durar
Eu sei mais ou menos
O que vou fazer em seguida
Mas por enquanto
Olha pra mim e me ama
Não
Tu olhas pra ti e te amas
É o que está certo.